Goiânia pode se tornar referência em integração entre mobilidade urbana e cidadania com o projeto “3 Poderes de Bicicleta”, apresentado pelo Grupo de Trabalho Goiânia 2030. A proposta quer estimular o ciclomobilismo conectando, por meio de ciclovias e ciclofaixas, os principais prédios dos três poderes na capital: Paço Municipal, Assembleia Legislativa (ALEGO), Fóruns Civil e Criminal, Tribunal de Justiça de Goiás, Palácio das Esmeraldas e Câmara de Vereadores.
A ideia é transformar esse eixo em um roteiro temático que una deslocamento ativo, inclusão social e educação para os direitos humanos. Além das ciclovias, o projeto prevê um sistema de bicicletas elétricas compartilhadas, com foco em acessibilidade e sustentabilidade. A operação será em regime de Parceria Público-Privada (PPP), permitindo que mesmo quem não tem bicicleta possa circular com autonomia.
A proposta foi detalhada por Fred Le Blue e publicada originalmente no site Observatório das Bicicletas, referência nacional no monitoramento de ações voltadas à mobilidade ativa no Brasil.
Ciclomobilismo como instrumento de acesso democrático
O incentivo ao ciclomobilismo nos acessos aos prédios do Estado busca garantir circulação inclusiva, especialmente para a população que precisa resolver demandas administrativas e políticas em instituições públicas. O modal, além de sustentável, é acessível e promove bem-estar.
O projeto pretende ainda contribuir com metas ambientais como a redução de emissões de CO₂. Essa iniciativa está em alinhamento com o Acordo de Paris e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Ele foca especialmente nos objetivos de saúde, energia limpa, cidades sustentáveis e parcerias institucionais.
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Projeto reforça valores democráticos por meio da mobilidade
Mais que uma obra de infraestrutura, o “3 Poderes de Bicicleta” quer materializar o direito à cidade, estimulando o exercício pleno da cidadania. O projeto defende a mobilidade ativa como instrumento de democratização urbana. Ele garante acesso, promove diversidade de corpos nos espaços públicos e reduz desigualdades entre modais de transporte.
A proposta também prevê sinalização temática, conexão com rotas culturais e estímulo à participação social por meio de campanhas educativas. Os roteiros podem funcionar como “missões cívicas” sobre duas rodas, conectando o dia a dia das pessoas aos espaços de decisão e poder.